segunda-feira, 6 de abril de 2009

Gruta Garganta do Cabo, Cabo Espichel.

A primeira descida, desde que há referência, à gruta da garganta deve-se a uma equipa do CEAE-LPN no ano de 1985. Na altura a descida fez-se pela entrada do fojo das pombas, um enorme buraco no topo da falésia perfeitamente visível do santuário do Cabo Espichel.
No ano de 1995, uma equipa de espeleólogos do NECA desce de novo à base da grande sala de entrada e durante algum tempo, numa parte superior da cavidade, desobstruem e exploram uma zona de condutas forçadas colmatadas por areia. Na altura e ainda hoje este grupo reclama para si a descoberta total da gruta.

Início de Maio de 2006, a nossa equipa inicia uma nova abordagem à zona do Cabo Espichel começando por esta cavidade. Seguimos a tendência de desenvolvimento das grutas da Cadeia da Arrábida que, preferencialmente, seguem a junta de estratificação. Assim, analisando o mar que penetra na cavidade por uma fenda ao longo de morosos segundos, realizamos um conjunto de actividades para conseguir desvendar esse segredo. A inacessibilidade do sítio obrigou-nos a executar um sistema de montagem de cabos para nos permitir alcançar a parede oposta, único local que nos oferecia condições para iniciar a exploração propriamente dita.

O mar e seu estado sempre imprevisível fez com que todos os cuidados fossem acautelados, nos dias 19 e 20 de Agosto de 2006, eu o Pedro Pinto e a Marília Moura montamos a logística necessária para pernoitar dentro da gruta, na madrugada do dia seguinte, aproveitando os momentos de calmaria da mudança de maré conseguimos pendular sobre o mar e fazer uma montagem que permitiu, dias depois, à restante equipa concretizar a exploração com êxito.

Foram os momentos de exploração mais intensos que fiz até hoje, impróprios para cardíacos, e com resultados que nos permitiu tirar conclusões que mais tarde nos conduziu à maior descoberta subterrânea na zona do Cabo Espichel.




1ª Fase de Exploração.
Do início de Maio de 2006 até finais de 2007 a nossa equipa (CEAE-LPN) concretizou, como planeado, a primeira fase de exploração desta afortunada zona. Durante esse ano de exploração fizemo-nos sempre acompanhar de uma câmara de vídeo com a qual realizamos mais de 2000 minutos de película. Após alguns meses de trabalho colectivo de edição, e penso que posso falar por todos os meus companheiros, orgulhamo-nos de apresentar a toda a comunidade de espeleólogos portugueses e não só, um DVD que resume esse ano de exploração.

Pode ser descarregado em: http://www.lpn-espeleo.org/index.php?option=com_content&task=view&id=52&Itemid=49

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